O Corinthians é tricampeão da Copa do Brasil. Mesmo com um empate por 2 a 2, o time de Parque São Jorge levantou a taça em pleno Beira-Rio na vantagem agregada das duas decisões (4 a 2, já que havia vencido por 2 a 0 no Pacaembu). É o segundo troféu da temporada 2009 do time de Mano Menezes. A equipe de Ronaldo, André Santos, Felipe, Dentinho e cia., ganhou simplesmente tudo desde que voltou à elite do futebol nacional e cumpriu, em apenas seis meses, o grande objetivo desta temporada: a vaga na Libertadores.
Com o título, o Corinthians celebra o retorno à competição continental após três anos ausente do torneio que é seu grande tabu. Agora, o time terá a chance de tentar levantar o troféu no ano do seu centenário. A conquista do ainda inédito título é o grande objetivo da diretoria alvinegra, que promete montar um time recheado de estrelas - encabeçadas por Ronaldo - para que o técnico Mano Menezes tente carimbar o passaporte para o Mundial.
ANÁLISE DE JUCA KFOURI |
| "Só se ouvia uma torcida cantar. Cantava que o "Coringão voltou"." | |
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A campanha do Corinthians na competição foi irrepreensível. Em nove jogos, a equipe perdeu apenas uma partida - 3 a 2 para o Atlético-PR na Arena da Baixada pelas oitavas-de-final - e conseguiu passar todo o torneio com sua meta invicta dentro do Pacaembu. Fora de casa, marcou gols em todas as partidas.
ANÁLISE DO COSME RÍMOLI |
| "Nenhum clube brasileiro quer tanto ser campeão da Libertadores" | |
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Com o título, o grupo de Mano Menezes espantou o fantasma que o sondava desde o ano passado, quando perdeu a final da Copa do Brasil para o Sport, na Ilha do Retiro, depois de ter conquistado boa vantagem em São Paulo ao bater o Sport por 3 a 1. No Recife, entretanto, o Corinthians não foi capaz de sustentar seu favoritismo e acabou derrotado por 2 a 0. Vice-campeão.
Na noite desta quarta-feira, o time de Parque São Jorge conseguiu escrever um capítulo mais alegre em sua história. Mais "experiente" - palavra utilizada por Mano Menezes para definir a principal mudança do elenco deste ano para o do ano passado -, o Corinthians chegou ao Beira-Rio podendo perder por até mesmo um gol de diferença como em 2008. Desta vez, porém, soube aproveitar a vantagem que tinha.
Para desestabilizar a equipe alvinegra, o vice-presidente de futebol do Inter divulgou, na semana que antecedeu o confronto final, um DVD com lances em que considerou o Corinthians beneficiado pela arbitragem. No entanto, apesar dos esforços de alguns setores da cartolagem, o título da Copa do Brasil foi decidido no gramado.
Tite mandou para campo um time diferente do derrotado no Pacaembu. Desta vez, ele pôde utilizar Nilmar e Kléber, que estavam com a seleção, D'Alessandro, que estava machucado, e até mesmo Bolívar - suspenso para a primeira final e que, teoricamente, não poderia ser escalado por conta do término de seu contrato - foi para campo. Do lado do Corinthians, a única alteração foi a volta de André Santos na lateral-esquerda após sua participação na conquista da Copa das Confederações. Com assistência e gol, foi o grande nome do jogo do lado alvinegro.
Apostando no contragolpe, o time de Mano Menezes começou a partida melhor do que os donos da casa, que jogavam apoiados pelo Beira-Rio lotado. Em sua primeira subida ao ataque, os alvinegros já balançaram as redes. Mas o lance foi invalidado pelo árbitro Ricardo Ribeiro porque o atacante estava impedido.
Aos 20min, entretanto, o camisa 23 ampliou a vantagem corintiana. Jorge Henrique recebeu cruzamento de André Santos, se antecipou à marcação e cabeceou para o fundo das redes do goleiro Lauro, complicando ainda mais a situação do Inter dentro de seus domínios.
O gol calou o Beira-Rio e, em campo, os jogadores se descontrolaram. Primeiro Taison levou amarelo por ter chutado a bola quando o jogo estava parado. Depois, foi a vez de D'Alessandro ser punido por ter reclamado excessivamente com o árbitro. E o que parecia ruim ficou ainda pior aos 28min, quando André Santos entrou pela esquerda e fez 2 a 0.
Com o placar agregado das duas partidas marcando 4 a 0, o Inter precisaria fazer cinco para tentar tomar a taça que, já na metade do primeiro tempo, estava nas mãos do time de Parque São Jorge. Só então os comandados de Tite conseguiram começar a levar perigo ao gol de Felipe, que fez uma grande defesa em um chute de Nilmar.
Na volta dos vestiários, Tite bem que tentou mandar o time para frente, sacando Glaydson para promover a entrada de Alecsandro. O torcedor colorado que permaneceu no Beira-Rio tratou de tentar incentivar sua equipe cantando uma paródia de "Pelados em Santos", dos Mamonas Assassinas, no qual afirma que estarão sempre ao lado do clube com uma camisa vermelha em uma cachaça na mão.
E diante de um Corinthians extremamente recuado, o Inter conseguiu chegar ao empate com dois gols do atacante Alecsandro. O empate trouxe de volta o abalado orgulho do time colorado, que transformou a empolgação em confusão. E o time de Mano respondeu. Com os ânimos acirrados, começaram as brigas e as expulsões. D'Alessandro foi colocado para fora pelo árbitro. Elias também caiu fora antes do apito final.
INTERNACIONAL 2 X 2 CORINTHIANS
Internacional
Lauro, Bolívar (Danilo Silva), Índio, Danny Morais e Kleber; Glaydson (Alecsandro), Guiñazu, Magrão e D'Alessandro; Taison (Andrezinho) e Nilmar
Técnico: Tite
Corinthians
Felipe, Alessandro, Chicão, William e André Santos (Diego); Cristian (Boquita), Elias e Douglas; Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho (Jean);
Técnico: Mano Menezes
Local: Beira-Rio, Porto Alegre
Árbitro: Ricardo Ribeiro (MG)
Auxiliares: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA) e Roberto Braatz (PR)
Público: 50.286
Renda: R$ 754.460,00
Cartões amarelos: André Santos, Jorge Henrique e Elias (Corinthians), Bolívar, Índio, D'Alessandro e Taison (Internacional)
Cartões vermelhos: D'Alessandro (Internacional), Elias (Corinthians)
Gols: Jorge Henrique, aos 20min, e André Santos, aos 28min, do primeiro tempo; Alecsandro, aos 25min e 29min do segundo tempo.