Futebol

Existe uma frase chavão que diz que é na crise que surgem as grandes respostas, seja de uma pessoa ou até mesmo de uma nação. A introdução aí é para falar do Corinthians. Não sou corintiano, sou santista, mas o caso do time de Parque São Jorge é interessante.

O time caiu da Primeira Divisão e parecia que era o fim do mundo. Foi o contrário. Primeiro aumentou ainda mais a paixão do torcedor do time. Criou um cimento extra com um bando de loucos. Segundo, deu uma limpada na direção do clube envolvida com práticas velhas e cheias de manobras.

O resultado é que o time foi campeão da segundona, ganhou o campeonato paulista e está a um passo de levar a Copa Brasil e disputar a Libertadores da América no próximo ano. Cair fez bem ao time. A resposta ao desafio está sendo positiva.

O Santos foi campeão brasileiro em 2002. Foi aquele time que tinha o Diego e o Robinho como estrelas. A direção do clube entendeu de vender os principais jogadores. Foram para o exterior o Robinho, Diego, Alex, Elano, Renato, Leo. Só o Robinho foi vendido para o Real Madrid por 35 milhões de euros, o Diego foi para Portugal por uns dez milhões de euros. O euro naquela época valia mais de três reais. Só o Robinho e o Diego levaram para os cofres do Santos cerca de 135 milhões de reais.

O Santos contratou somente o Vanderlei Luxemburgo e o Zé Roberto, que logo retornou ao Bayern de Munich. O resto foram jogadores comuns. Não foi construída nenhuma obra especial em estádio do clube ou no centro de treinamento. Cadê o resto do dinheiro das vendas daqueles atletas?

O Santos devia à família do atual presidente do clube alguns empréstimos. Ninguém nunca soube quanto era. Não posso acreditar que alguém vai colocar mais de vinte ou trinta milhões do próprio bolso num time de futebol. Só se fosse um magnata árabe, não é o caso do presidente do meu time. Pagando o que se devia à família Teixeira, cadê o resto?

É incrível essa coisa do futebol. Nos órgãos públicos ainda tem um arremedo de fiscalização através dos tribunais de contas. Nas empresas a fiscalização é forte, mas em time de futebol ninguém fica sabendo como é gasto o dinheiro dos clubes.

Lembram do caso do Eurico Miranda? Falou para a imprensa que foi assaltado quando chegava em casa com a renda de um jogo do Vasco. Assaltado deve ter sido o Vasco. Que diabo faz um dirigente levar para casa a renda da bilheteria de um jogo do seu time? E ficou tudo por isso mesmo.

Alguém sabe como o Ricardo Teixeira gasta os milhões que a CBF fatura? E, se não estou enganado, se alguém quiser saber disso na justiça comum a Fifa proíbe.

Lembro de outro caso do Santos da época do Pelé em que o presidente era o Atiê Jorge Cury. O time ganhava fortunas em jogos no exterior. Um dia o presidente resolveu comprar o maior cassino de Santos. Uma transação milionária. Seria, dizia, para dar renda ao clube porque se falou na época que o jogo retornaria ao país. Não foi nada disso, a partir daquele gasto astronômico o Santos começou a declinar. E, outra vez, onde foi parar aquela grana toda do tal cassino comprado? O gato comeu, claro.

Autor: Alfredo da Mota Menezes

E-mail: pox@terra.com.br;

Site: www.alfredomenezes.com

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